Caracterização
Caraterísticas Gerais:
Concelhos: Amarante, Baião, Celorico de Basto, Marco de Canaveses e Resende
Localização: NUT III – Tâmega e Sousa
Freguesias: 82
Área: 982 km2
População: 161 728
Altitude Máxima: (1415 m)
Clima: Tipicamente ameno, mas variável de acordo com a estação do ano e altitude
O Douro e Tâmega é um território que repousa nas margens do ponto no qual o rio Tâmega conhece o rio Douro. Esta heterogeneidade ao nível da morfologia territorial e paisagística é acentuada pela localização do Douro e Tâmega numa zona de passagem entre o litoral minhoto ameno e a rigorosa zona transmontana.
A sua composição é rica e diversa. Abrange não só a serra do Viso, da Aboboreira, do Castelo, do Montemuro como também a Serra do Marão, alinhamentos montanhosos imponentes, que perfazem a barreira de condensação do Noroeste Português, a Sul e Norte do rio Douro e moldam profundamente as condições naturais e climatéricas da região. Por outro lado, os vales existentes no território também se afirmam como elemento de barreira e de união entre concelhos, em simultâneo. Estas caraterísticas físicas da região afetam não só o clima, que é bastante diverso, uma vez que varia consoante a estação do ano, altitude e posição dos locais, como as acessibilidades, fundamentais no que concerne à coesão regional.
O tecido económico da região do Douro e Tâmega vive predominantemente da agricultura, da floresta e dos serviços, com uma presença industrial diminuta. Apesar da relativa proximidade à Área Metropolitana do Porto a influência do meio urbano nesta região é mais dispersa.
A abundância nos recursos naturais e multiplicidade das condições naturais, propiciaram a fixação humana que, na região, já conta com milhares de anos, remontando aos primórdios da pré-história.
Os vales, rios, montanhas e espaços que o Homem foi progressivamente ocupando foram sendo transformados pela sua ação, de forma diferente de acordo com a época histórica e os avanços tecnológicos. O Douro e Tâmega ao longo dos tempos colheu os frutos deste processo evolutivo, aglomerando uma rica herança cultural presente na mundividência da região, desde as suas formas de povoamento, ocupação e organização às suas manifestações mais tangíveis como os elementos arqueológicos e arquitetónicos que resistiram à erosão dos tempos para se tornarem traços marcantes da identidade do território, que muito valorizam a região.
Os Sistemas Montanhosos
Marão
A Serra do Marão é a sétima maior elevação de Portugal Continental, com 1416 metros de altitude, 681 metros de proeminência topográfica e 59,9 km de isolamento topográfico.[1] Situa-se na região de transição do Douro Litoral para Trás os Montes e Alto Douro.
No ponto mais alto encontra-se o vértice geodésico do Marão e o Observatório Astronómico do Marão.
A sua inércia confere ao clima do interior transmontano um carácter mais continental. Apresenta uma boa mancha vegetal (se bem que tenha sido recentemente destruída pelos inúmeros incêndios que ocorrem em Portugal todos os verões, as plantas recuperaram) constituída por pinheiros.
A vinha é a cultura dominante, nas suas encostas meridionais. Geologicamente é composta ou por largas manchas xistentas ou graníticas, existindo na zona da localidade de Campanhó, uma pequena bolsa calcária, que é explorada para fins agrícola (para correção da acidez dos solos). Durante muitos anos, até à construção do IP4, foi um autêntico muro que impediu o progresso do interior transmontano, já que a velhinha estrada nacional 15, era um "calvário" para os automobilistas.
Aboboreira
A Serra da Aboboreira, um contraforte granítico implantado no extremo ocidental do maciço montanhoso Marão/Alvão, está localizada no extremo noroeste do distrito do Porto, Portugal. Distribui-se pelos concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses.
Não é muito acidentada, estendendo-se por longos planaltos (designados por «chãs»), e eleva-se até uma altitude de 1 000 metros, sendo de destacar, pela sua importância, três pontos: o da Abogalheira, com 962 metros; o de Meninas, com 970 e o da Senhora da Guia com 972 metros.
A Serra da Aboboreira, provavelmente ocupada desde o Paleolítico Inferior (30 000 a.C.) e apresenta muitos vestígios do Neolítico e da Idade do Bronze, datados de 2 500 a.C., como o dólmen de Chã de Parada.
A Serra da Aboboreira ocupa em toda a sua extensão uma área total de 118,9 quilómetros quadrados, tendo uma população de 13 100 habitantes e uma densidade populacional de 110,1 habitantes/Km2.
Nesta serra o bovino autóctone da raça arouquesa, faz o trabalho e produz vitelos de qualidade criados em zonas de pastagem ou áreas de baldio. Serra com enorme riqueza florística, a apicultura é uma atividade em expansão na Aboboreira, onde se produz mel de ótimas características organoléticas, cada vez mais procurado.
Para saber mais, pode consultar o portal da Serra da Aboboreira.
Montemuro
A flora de toda a Serra de Montemuro é bastante rica. Nas encostas da serra, mas praticamente no fundo da serra predominam as plantações de pinheiro (Pinus pinaster), acompanhado do carvalho-roble ou carvalho-alvarinho (Quercus robur) e o castanheiro (Castanea sativa), sen do que este último nunca aparece acima dos 1.000 metros.A Serra de Montemuro, faz parte da 1ª fase da lista nacional de síti
os da rede natura 2000. Está classificada comoBIÓTOPO CORINE, com designação de Serra do Montemuro/Bigorne. Na descrição que o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) faz, destaca-se a grande biodiversidade, resultado do bom estado de conservação dos vários tipos de habitat que aí se encontram representados – alguns deles de considerável valor conservacionista, como as turfeiras activas (habitat prioritário-) e mais concretamente a vasta comunidade de vertebrados, da qual fazem parte inúmeras espécies com estatuto de ameaça, como, por exemplo, o lobo (Canis lupus).
Os Rios
Douro
O rio Douro é um rio que nasce em Espanha, na província de Sória, nos picos da Serra de Urbião (Sierra de Urbión), a 2.080 metros de altitude e atravessa o norte de Portugal. A foz do Douro é junto à cidade do Porto. Tem 850 km de comprimento.
Segunda a história o seu nome deriva das encostas escarpadas, secas e inóspitas, banhadas pelo rio. Aqui rolavam, noutros tempos, brilhantes pedrinhas que se descobriu serem de ouro. Assim, o rio passou a chamar-se Douro.
Com uma paisagem de beleza única, a UNESCO consagrou em 14 de dezembro de 2001 a região vinhateira do Alto Douro na lista dos locais que são Património da Humanidade, na categoria de paisagem cultural.
O forte declive do rio, as curvas apertadas, as rochas salientes, os caudais violentos, as múltiplas irregularidades, os rápidos e os inúmeros "saltos" ou "pontos" tornavam este rio indomável. A partir de 1961, foi levado a cabo o aproveitamento hidroelétrico do Douro.
Com a construção das barragens, criaram-se grandes albufeiras que vieram incentivar a navegação turística e recreativa, assim como a pesca desportiva. Excluindo-se os períodos de grandes cheias, o rio ficou domado definitivamente.
Dentro das matas de zimbros, estevas, carvalhos, sobreiros e pinheiros e outras variedades de vegetação das encostas do Douro, podem ainda encontrar-se espécies cinegéticas, que são uma das maiores riquezas naturais da região: o corso, o javali, o coelho, a lebre, o lobo, a raposa, o texugo, a gineta, entre outros.
É possível observar, ainda, uma variedade fascinante de aves desde grifos, águias e pombos bravos, até mesmo à perdiz, à rola, ao estorninho, ao melro e ao papa figo. Nas suas águas podem encontrar-se a Carpa, a Achigã, a Perca, o Lúcio, o Lagostim vermelho, assim como a boga, o barbo e o mexilhão (idêntico ao do mar).
Tâmega
O rio Tâmega é um rio internacional, que nasce em Verín, Orense, Espanha e desagua em Entre-os-Rios, no rio Douro. O rio Tâmega atravessa Amarante a cerca de trinta quilómetros da sua foz.
São diversificados os habitats presentes ao longo das margens: matas ribeirinhas, manchas de floresta mista, rochas nuas, falésias interiores, áreas agrícolas, matos e culturas arbustivas. Subsistem ainda alguns núcleos de vegetação ribeirinha autóctone, além de uma fauna própria de ecossistemas fluviais.
O Tâmega possui elementos fluviais que se manifestam de duas formas diferentes no troço urbano do rio Tâmega: as ilhas (ínsuas como são designadas localmente) e as praias fluviais. O exemplo mais espetacular é representado pela ínsua dos Frades, uma ilha de contornos irregulares com cerca de quatrocentos metros de extensão, situada entre o açude da Feitoria e a Ponte Nova. Camuflada pela vegetação, a Ilha dos Amores (a de menor extensão) situa-se nas proximidades do Parque Florestal.
Na margem direita, é de realçar, pelas suas aptidões ambientais, geográficas e turísticas, a Praia Aurora. Este areal originou-se em 1952, aumentando a sua extensão até atingir oitocentos metros quadrados em 1972 (Flor do Tâmega, Amarante, 3 de setembro de 1972).
Olo
O Rio Olo nasce no Parque Natural do Alvão, num local conhecido por "Fisgas" e desagua no Rio Tâmega.
A nascente do Rio Olo é próxima do lugar de Meroicinhas, freguesia de Lamas de Olo, concelho de Vila Real. A extensão do Rio Olo é de cerca de 36km até à sua confluência com o rio Tâmega, a jusante da Ponte do Borralheiro.
Durante este percurso banha território das freguesia de Rebordelo, e Fridão na margem direita e território das freguesias de Canade/Olo e Vila Chã do Marão na margem esquerda, todas pertencentes ao concelho de Amarante
OVELHA
O Rio Ovelha é um rio português que nasce na Serra do Marão em Pena Suar (junto do parque eólico), perto de Covelo do Monte, freguesia de Aboadela, concelho de Amarante.
No seu percurso de 23 quilómetros, passa por Várzea, Gondar, Padronelo, Jazente, Várzea da Ovelha e Aliviada e desagua em Fornos, Marco de Canaveses. O Rio Tâmega recebe as suas águas.
É um pequeno rio de águas limpas de margens de tamanho variado, às vezes domesticadas pela intensa actividade agrícola que alimenta, outras vezes rústico e selvagem. O seu caudal varia bastante e por vezes inunda os campos durante as cheias.
É represado em alguns pontos para lhe colher a força para mover moinhos, hoje em dia abandonados, mas plenos de beleza simples e testemunhos do trabalho dos antigos moleiros. Sobre este rio passa, na freguesia de Folhada, uma antiga ponte medieval que se acredita substituir uma outra mais antiga e de origem românica, a Ponte do Arco.
OVIL
O rio Ovil é um importante pólo de atração turística, devido à pureza das suas águas, ao asseado das suas praias e à riqueza de peixe existente nas suas águas. Naquele seu ar campestre, é um rio ecologicamente privilegiado onde subsistem sítios amenos em que as plantas, o ar e as pessoas estão em perfeita e suavíssima harmonia.
O rio corre pelas encostas de algumas montanhas, acabando por desaguar no rio Douro. Nas suas bermas permanecem os caminhos ermos e os granitos espectrais de séculos, que envolvem o caudal do rio. A água é transparente e, aqui e além, as trutas e as bogas ora se afastam ora se aproximam, sobem e descem o rio. Os pescadores, esses ficam ali horas e horas em meditação, expectativa, tentando a sua sorte.
É todo este romantismo paisagístico do rio expresso na beleza das suas praias, na diversidade das suas espécies piscatórias e na limpidez das suas águas que fazem com que não seja esquecido. O rio Ovil tem o seu leito em acentuado declive, pelo que as suas águas são aproveitadas por uma central hidroelétrica, junto à sua foz.
No rio Ovil foi construída durante a idade média uma ponte unindo as suas margens. Testemunho da arte românica, foi também, durante muitos anos, o único elo de ligação entre os lugares da Pala e Porto Manso.